sexta-feira, julho 22, 2005

De volta à hemoglobina fetal e tal...

Hoje amanheci com uma vontade de começar tudo outra vez... Sabe quando dá aquele faniquito e você quer mudar tudo? Humpf!

Então lembrei do conto que escrevi em parceria com uma doce e eterna amiga. Um texto que me incentivou a criar este blog. Só não entendi o porquê de não tê-lo postado ainda. Por isso, hoje, estou de volta à hemoglobina fetal e tal...

Hemoglobina fetal e tal…

By Naia Veneranda e Paula Kim

Quando ela recebeu por fax o resultado de seu hemograma, ficou apavorada! O que seria taxa de hemoglobina fetal? Com valores referenciais de até 1%, o resultado de seu exame chegava a 0,47%. Mas, céus! O que seria isso? Esta pergunta começou a incomodá-la.


Estaria grávida? Foi quando pensou: Mas, mas... não é possível! Querendo esquecer da noite inesquecível que teve com aquele moço que conhecera num boteco agitado da cidade. Bom… falando assim ela até se sentia mal: conheceu num boteco, se falaram por telefone e, uma semana depois, passou a noite com ele… mas, tinha sido mais que isso. Ela sabia que aquela noite no boteco, tinha sido somente o começo. E que aquela segunda noite em sua casa, antecedia o amanhecer dos seus sonhos… Mas… grávida?????

Não, aquilo seria demais. Afinal de contas, seus sonhos não precisavam amanhecer assim, ao meio-dia… seria preciso conhecer melhor aquele homem lindo de 1,96m. Seria preciso aceitar melhor o Corinthians… não dava pra ser assim, logo de cara, ter um bebê. E a tal hemoglobina fetal? Será que fetal já dizia respeito ao bebê? Será que ela esperava um pequeno corinthiano??? Ó céus!!!

Ah, sim! –suspirou um pouco mais aliviada– ela havia menstruado depois daquela noite em que as juras de amor celebraram as poucas horas que os dois se conheciam. Ai, ai, ai… mas … e se eu estiver dentro daquela porcentagem de mulheres que, mesmo grávidas continuam a menstruar nos primeiros meses? Chance mínima… era como se o placar de um jogo de futebol virasse aos 45 do segundo tempo.

Um grito de Gooooooooool a fez desviar o pensamento: a rua, a cidade, todos estavam soltando rojões, sem acreditar que a decisão daquele clássico agora seria nos pênaltis. Então, ela resolveu fechar os olhos e dormir. Não queria pensar mais na possibilidade de ser mãe. Pelo menos naquele momento.

Finalmente chegou o dia de descobrir o que seria a tal taxa de hemoglobina fetal. Alguns dias já tinham se passado. E a idéia de ter um filho já não lhe parecia ser assim tão absurda, a não ser por um porém: talvez ele nunca viesse a conhecer o pai, já que o progenitor nunca mais dera as caras … quer dizer … houve sim outro encontro: um final de semana inteiro juntos e sem futebol e sem "gol" também. Mas desde então…nada! E ela já podia sentir o abandono das mães solteiras… Queria ver Caio de novo. Afinal, é sempre bom conhecer melhor o pai de seu filho…

Hora de ir ao médico. Já sentindo o abdômen enrijecido, ela seguiu ao consultório. Calma e segura, perguntou para ao doutor o que significava a tal taxa de hemoglobina fetal. O experiente hematologista explicou que todo ser humano tem um resquício de hemoglobina fetal. Assim, todas as pessoas, em algum momento da vida, agem como se fossem bebês. Algumas em todos os momentos, outras nem tanto. Bom, sua taxa era de 0,47%, o que estava dentro do valor referencial para esse tipo de exame.

Agindo como adulta, ela saiu do consultório firme e segura de que não estava esperando um filho daquele homem que a estava fascinando com o seu jeito meio espalhafatoso e, ao mesmo tempo, envolvente. Como um bebê, ela continuou pensando muito nesse homem naquele dia. Se ela ligaria ou não o convidando para passar a noite em sua casa...

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