terça-feira, outubro 05, 2004

Caminho de volta

"Estou com uma necessidade imensa de amar", falou. "Mas tem que ser ele?", perguntou Raíssa. "Sim", ela respondeu com brilho nos olhos e mais uma vez chorou pelo amor que sentia por Caio. Onde estaria o homem que não quis aceitar o seu amor? Aquele que foi nobre quando disse que temia ferir seus sentimentos e preferiu se afastar? Que avisou que não estava pronto para um relacionamento naquele momento? Que não garantiu que estivesse pronto algum dia para aceitar o que ela tinha para lhe oferecer?
Mais uma vez ela ficara sozinha no meio da estrada. Sozinha não! Ela e o seu amor, pronto para ser vivido. Mas não ainda daquela vez. Quando seria a sua vez? Existiria a sua vez? Ela queria, porque queria amar o Caio. Estava revoltada porque não podia ser naquele momento e nem do jeito que ela queria. Se não fosse para ser vivido com ele, por que teriam se encontrado, então? Ela não tinha pedido para encontrá-lo. Ela nem o estava procurando! Algo dentro dela, talvez a menina, talvez a mulher -já não sabia ao certo-, dizia que o encontro não tinha sido por acaso. Tinha algum motivo muito forte para que eles tivessem se encontrado. Certamente um tinha que aprender alguma coisa muito importante com o outro.
Estava cansada. Fragilizada de pensar e repensar nisso. Estava confusa. Depois daqueles encontros também tinham existido desencontros. Amava mesmo Caio ou queria apenas consegui-lo para provar de que era capaz? Seria um capricho da menina? Seria a menina brigando por seu sonho? Seria a menina lutando para que a mulher madura e ponderada não tomasse seu lugar e desistisse de tudo? Ou todo esse sofrimento estava no roteiro da história? Não sabia. Não sabia nada.
Resignada, agradeceu a Deus pela dor e rogou que Ele conduzisse seu caminho e suas ações. Queria voltar para si mesma. Que Ele protegesse e guiasse o caminho de Caio também. E que se fossem para eles voltarem a se encontrar um dia, que assim fosse. O amor que estava dentro dela continuaria ali. Pronto para ser vivido quando chegasse o momento. Fosse ou não com o Caio. Que Deus não parasse de escrever sua história, pois ela estava em suas mãos. E ela confiava em Deus.

Um comentário:

  1. Sabe, eu acho que a Raíssa vai ter muitas surpresas no ano novo... Aquilo que Deus escrever sobre linhas tortas, transcreva aqui, que leremos certo. Beijo!

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