
Mais uma noite. Mais um corpo. Mais vinho tinto. Mais um cheiro.
De novo o fluido, muitas vezes confundido com amor, escapa das entranhas...
Tinha que ser assim. Era sempre assim. Cada dia, outra história. Novo personagem. Diversão. Ilusão. Distração. Iguais sentimentos. Solidão. Cansaço. Decepção. Em vão...
Fetiche. Luxúria. Excitação. Petite Morte. Sexo é só sexo. Universo paralelo ao amor. Intenso, envolvente, alucinante, libertino... instante de liberar tensões. É assim e ponto!
Sem amarras. Apenas plagiando “Ata-me”. Sem cobranças nem comprometimento. Sem apego ou obrigação de continuar, começar ou terminar. Só se jogar...
Vítima e algoz da moderna sociedade líquida, a independente mulher contemporânea acompanha o ritmo desvairado de viver o momento. Segue o fluxo...Escapa. Deixa-se escapar. Evita equalizar sexo ao amor. Volta.
Vive entre a dicotomia do descartável e do eterno: render-se à instabilidade emocional da modernidade ou persistir na busca do insólito amor real?
Ela quer apenas um amor:
Equilibrado, ponderado, pensado amor...
Sonhado, imaginado, plagiado, inspirado amor...
Expresso, instantâneo, intenso amor...
Doce, enjoado, amargo, doente amor...
Alucinado, insano, desesperado, dissoluto amor...
Fluido, líquido, corrente, descartável amor...
Sagrado, sofrido, suado, salgado amor...